quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Uma gangue de rapina reduzida à mendicância publicitária.


O Comitê de ''Inteligência'' da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos apresentou ontem o que chamou de seu ''Relatório'' de ''Atividades'', sobre o que chama de ''Possíveis Irregularidades'' cometidas pelo Presidente Trump ao espirrar num telefonema com o Presidente da Ucrânia. Vejam só o que nos rendeu essas especulações ociosas e extravagantes, e digam se, nelas, os Democratas e sua mídia oficial não estão desprezando tanto a si mesmos ao ponto de tornarem-se realmente desprezíveis (caberá agora ao Comitê de Justiça analisar e apresentar acusações formais com base nessas duas aberrações pseudo-jurídicas, cuja ingênua perfídia certamente oculta uma série de ''interesses secretos --- não menos ingênuos, diga-se de passagem).
MÁ CONDUTA: Condicionamento de ajuda militar à Ucrânia a anúncio de investigação sobre Joe Biden e seu filho, no caso em que este foi empregado num cargo sem função real numa empresa de gás ucraniana para tentar abafar investigações sobre suas atividades no âmbito do mercado. E OBSTRUÇÃO: Obstruir o inquérito de impeachment ao ventilar a hipótese de que talvez fosse politicamente são sugerir a algumas pessoas compulsoriamente transformadas em ''testemunhas'' pelo Comitê, que exercessem seu direito de falar apenas de livre e espontânea vontade, e não sob o constrangimento da máquina de arruinar reputações do Partido Democrata e seu séquito midiático oficial.
Na primeira acusação, a noção forte de verdade que buscam extrair dos fatos se dilui imediatamente, diante da ausência de produção de provas, num tedioso e confuso monólogo feito de retalhos de testemunhos descontextualizados, transformados pela mídia num ''discurso polifônico dostoievskiano'' sem nenhum referente fático estável no qual se apoiar, uma vez que as próprias conversas que deram origem à investigação foram divulgadas pela Casa Branca e o próprio Presidente ucraniano afirmou e desmentiu (reafirmou e desmentiu ontem!) publicamente qualquer condicionamento à encontro oficial ou ajuda militar à anúncios relacionadas ao nicho de corrupção dos Biden na Ucrânia.
Automaticamente, constatamos no relatório divulgado um caráter paranóide absolutamente patológico e suspeito, que, desde o começo, pouco se interessa pela consecução de verdades definitivas, tentando santificar midiaticamente a própria vertigem jurídica com uma desconfiança tão vazia quanto tirânica. Desemboca-se, dessa maneira, em uma prática político-investigativa voltada apenas para si mesma e seus interesses inconfessos, entrada profundamente no território esquizofrênico dos factóides midiáticos auto-implicados, na esperança de que passe a reinar em toda a nação, sob seus capciosos pretextos, apenas o terror surreal dos indícios vagos e defeitos de interpretação.
Não satisfeitos com isso, pretendem ainda erigir a má-consciência em mito dogmático monocórdico, com fartura de disfunções constitutivas e contradições persecutórias, numa hermenêutica particularmente extremada , a partir das contaminações encomendadas com premeditação à alcova dos interesses e pretensões da mídia.
O resultado (político, sociológico e cultural) para a América não tarda a se confirmar como um dos mais graves acidentes de percurso da história americana, onde, sob os auspícios de uma ingenuidade política indescritível, alçada pela mídia democrata à condição artificiosa de ânimo desmascarador, pretendem engajar temerariamente todo um povo numa aventura ridícula, negligenciando toda e qualquer medida institucional legítima. Fazendo o cálculo político mais básico da situação, no qual vemos o Partido Democrata e sua mídia se depararem, a cada passo, com a iminência da própria ruína, talvez seja impossível não ver nos desacreditados papéis que cada um deles vem desempenhando nessa fraude empobrecida uma gangue de rapina reduzida à mendicância publicitária.
KM

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