terça-feira, 30 de julho de 2019

Bannières de mai (Rimbaud, tradução minha de trecho)

Je sors. Si un rayon me blesse
Je succomberai sur la mousse.

Qu’on patiente et qu’on s’ennuie
C’est trop simple. Fi de mes peines.
je veux que l’été dramatique
Me lie à son char de fortunes
Que par toi beaucoup, ô Nature,
– Ah moins seul et moins nul ! – je meure.
Au lieu que les Bergers, c’est drôle,
Meurent à peu près par le monde.

Je veux bien que les saisons m’usent.
A toi, Nature, je me rends ;
Et ma faim et toute ma soif.
Et, s’il te plaît, nourris, abreuve.
Rien de rien ne m’illusionne ;
C’est rire aux parents, qu’au soleil,
Mais moi je ne veux rire à rien ;
Et libre soit cette infortune.

Arthur Rimbaud, Derniers vers

BANDEIRAS DE MAIO

(Rimbaud, tradução minha de trechos)

(...)

Marcho! Se me ferisse um relâmpago
sucumbiria no musgo do pântano.

Todo mundo se aborrece esperando,
é muito simples. Não vão me ver chorando.
Antes um dramático verão de bundas
arderá no carro improvisado (da Fortuna).
De todo em tuas mãos, Ó Natureza,
morto e nulo, mas não ''com certeza''.
Não como os Pastores ¡que cômico!
mas na contramão, no holocausto atômico.

Quero que as estações me usem,
e a ti entrego minha vida, Natureza,
com toda minha sede e minha fome:
faz delas sachês, usa-as como fones
pois já nada no mundo me ilude,
rir do Sol é como rir de um nude.
Et libre soit cette infortune.

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