segunda-feira, 29 de julho de 2019

Os seis bardos


O Bardo Thodöl distingue seis bardos (estados de consciência). Em cada um dos bardos, a experiência do ser senciente tem qualidades distintas. Todos esses estados são intermediários, é possível à consciência distingui-los. A percepção do contraste entre um bardo e outro é torna-se possível através do desenvolvimento da lucidez.

Segundo a tradição tântrica, existem técnicas de meditações específicas que correspondem a cada uma dessas qualidades, para conduzir a consciência à percepção das qualidades fundamentais da mente e seus fenômenos.[4] Os três bardos do estados intermediários de consciência no plano pós-morte sãoː
  1. Chikhai Bardo ou "bardo do momento da morte"ː é o bardo dos acontecimentos psíquicos no momento da morte, onde surge a experiência com a "Clara Luz Primordial", uma espécie de vislumbre efusivo da essencialidade da consciência.
  2. Chönyid Bardo ou "bardo da experimentação da realidade"ː trata do estado de sonho que começa logo após a morte, ao qual pode ser compreendido como a fase do surgimento das “ilusões kármicas” decorrentes das ações, pensamentos e experiências em vida.
  3. Sidpa Bardo ou "bardo do renascimento"ː se refere aos impulsos e desejos de renascimento e aos estados psicológicos pré-natais.
O livro também menciona três outros bardos, ou estados intermediários de consciência no plano da vidaː
  1. Rang bzhin Bardo  bardo da "vida", ou o estado de consciência desperta comum;
  2. Bsam gtan Bardo – bardo do "dhyana", ou estado de profunda meditação (ao atingir o êxtase meditativo);
  3. Rmi-lam Bardo – bardo do "sonho", o estado de sonho durante o sono normal.
A identificação da consciência com a Clara Luz também pode ser entendida como o sétimo estado ou supra estado de consciência, o estado de pura quiescência.

"Ó nobre filho, ouça atentamente sem distrair-te. Existem seis estados de Bardo, que são: o estado natural do Bardo durante a vida; o Bardo do estado onírico (durante o sono); o Bardo do equilíbrio extático (da profunda meditação); o Bardo do momento da morte (Chikhai Bardo); o Bardo da experiência da Realidade (Chönyid Bardo); o Bardo do processo inverso da existência sangsárica (ou o bardo do renascimento, Sidpa Bardo)... Ó nobre filho, é chegado o momento daquilo que denominam "morte"... Não te apegues mais a esta vida por fraqueza ou covardia... Não sejas fraco, não te apegues... Lembra-te que a preciosa verdade, agora, a ti se revelará..."[3] [p 71/72]

5 comentários:

  1. Para os lamas tibetanos, a compreensão da Clara Luz é o despertar do ser para a percepção de sua verdadeira natureza; é a percepção da luz que surge da essencialidade de si (rigpa nu). Através da identificação com

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  2. uma rápida visão da Verdade pura, sutil, radiante, brilhante, vibrante, gloriosa.”[3] Esta experiência está associada à vasta e clara percepção da realidade através da desobstrução da consciência.

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  3. 5) A compreensão da realidade
    O princípio da compreensão da realidade, do vazio supra-essencial: ausência de formas, objetos, tempo e espaço. “Não-pensamento, não-visão, não-cor. É vazio”. “Esse vazio não é o nada”,[8] afirma o livro; mas é pleno de consciência e realidade – “O intelecto brilhante é silencioso, inabalável e cheio de felicidade. Este é o estado da perfeita iluminação, a final assimilação da Clara Luz”.

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  4. 6- etérico, astral e mental. “Agora vais experimentar três bardos. Três estados de perda do ego.” O que o livro chama de “jogos de alucinações fantasticamente variados” são as formas percebidas por aqueles que acabaram de morrer, isto é, a visão das formas-pensamentos vividas e experimentadas nesta sua última vida. Segundo o livro, vemos aquilo que criamos mentalmente ao longo da vida. “Para ti é suficiente saber que estas aparições são as formas de teus próprios pensamentos.” Em outra parte, o livro ressalta que a libertação do jogo ilusório da existência é possível através da observação das formas psicológicas que atravessam nossa mente: “medita calmamente sobre o conhecimento de que estas visões são emanações de tua própria consciência. Desta maneira podes obter conhecimento próprio e libertar-te.

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  5. segundo o fluxo kármico do espírito. O Bardo Thodöl não dá detalhes sobre isso, mas indica:

    Referências
    Fremantle (2001: p.21): "Liberation is synonymous with the Sanskrit word bodhi, which means awakening, understanding, or enlightenment, and with nirvana, which means blowing out or extinction: the extinction of illusion."
    Dorje, Gyurme. "The Tibetan Book of the Dead.", A Brief Literary History of the Tibetan Book of the Dead. (Penguin Classics Deluxe Edition, 2007). Traduzido para o inglês por Gyurme Dorje. ISBN 978-0-14-310494-0.
    WENTZ, Evans. O Livro Tibetano dos Mortos. [S.l.]: Pensamento
    Coleman, Graham (2010). O Livro Tibetano dos Mortos. São Paulo: Martins Fontes
    BLAVATSKY, Helena (1953). A Voz do Silêncio. [S.l.]: Pensamento
    «Cientista elabora estudo fascinante: A alma entra no feto durante a sétima semana de gestação Fonte: www.semprequestione.com/2016/04/cientista-elabora-estudo-fascinante.html»
    WENTZ, EVANS (2008). O Livro Tibetano dos Mortos. [S.l.]: Pensamento
    WENTZ, Evans. O Livro Tibetano dos Mortos. [S.l.: s.n.]
    WENTZ, Evans. O Livro Tibetano dos Mortos. [S.l.: s.n.]
    Ligações externas
    Bardo Thodol - versão (PDF) em domínio público (em inglês)
    The Tibetan Book of the Dead - Ebook (em inglês)
    O Significado da Prece Vajra de Sete Linhas a Guru Rimpoche
    Cientista elabora estudo fascinante: ''A alma entra no feto durante a sétima semana de gestação''
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