quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Algumas alternativas propostas para traduzir o termo ''trade'' podem ajudar a entender o problema?



Em ensaio dedicado principalmente a uma reflexão sobre o desafio que deve enfrentar qualquer leitor de Derrida, diz J. Hillis Miller que, no caso desse exercício particular do ato de ler, obviamente diverso do sentido corrente de “leitura” enquanto processo que leva à compreensão de um sentido, é preciso entender de saída que somos todos, muito provavelmente, uma “comunidade de maus leitores”. Acrescenta logo, contudo, que nem todos esses maus leitores praticam a “má leitura da mesma maneira” (MILLER). Somos todos maus leitores porque acabamos sempre por fixar e definir um sentido em um texto que sugere que o sentido não pode ser fixado ou definido. As estratégias para promover a indefinição de sentido são variadas: o hábito de tudo questionar de forma ferrenha, perseguindo sentidos em todas as direções sem definir nenhum de forma final; a listagem etimológica de sentidos que constituem sinônimos só na aparência, revelando-se incompatíveis no final das contas; a sugestão frequente de que uma palavra ou uma frase em um texto pode desencadear um processo interminável de leitura; a obsessão com aporias. Para o leitor que procura fixar sentidos, esse tecido de digressões e adiamentos, que deve necessariamente desacelerar o ato de ler, é uma tarefa penosa, entediante, talvez impossível. No entanto, como afirma Miller, é preciso sempre lembrar que há maneiras diversas de ler mal. 

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Algumas alternativas propostas para traduzir o termo ''trade'' podem ajudar a entender o problema?

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