terça-feira, 6 de agosto de 2019

RETÓRICA VAMP 2

2

A auto-exposição forçada vinha me submetendp à uma série muito fastidiosa e repetitiva de mortes e renascimentos  instantâneos, com as sinapses do meu cérebro, enquanto Sabrina falava:

--- Tão perfeita , tão consistente é a liberdade de nossos espírtitos, dentro da confusão em qude puvlverizou-se o mundo nas últimas horas, que um simples beijo faz parecer que todos os caminhos da vida são igualmente bons, todos os movimentos da realidade capazes de produzir as mesmas pressões, partícipes de nossa pele, de nossa intrusão na astralidade sub-atômica. Tudo quanto nos rodeia, enquanto de olhos fechados, beijando, nem um só um movimento , uma única coisa não escapa à hecceidade; o peso do minério, o cheiro de pré-história na matéria; a luz do mel, escorrendo no som da palavra da noite; a tinta do trigo , do marfim de elefantes e a visão aérea da cauda de uma baleia solitária en alta mar, se unem ao nosso redor como paredes de águas sonoras que atraem o mar para dentro dos olhos, seu sol e e seu sonho de iodo, nas quais nossas línguas trabalham tão surdamentge, girando sobre si mesmas dentro de nossas bocas, rodeadas de geografias múltiplas e silenciosas, que também sonam os próprios sonhos: uma températura de céu alto, e nirvana sob o extremo império de confusas unidades reunidadas diante de nós, na fertilização acrescida de tempo da Eternidade. 

Alma sentinela,
Desvela o segredo
Da nula noite dela
e seu dia de incêndio.

Sufrágios universais,
Ímpeto comum,
Ali te liberas
E voa segundo um...

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Ame sentinelle,
Murmurons l'aveu
De la nuit si nulle
Et du jour en feu.

Des humains suffrages,
Des communs élans
Là tu te dégages
Et voles selon.

Sabrina mantém os olhos descorados em mim, duas pequenas manchas escuras como bocas, alimentando-se de um resquício de cena, de que certamente tirava algumas expressões intrigantes.

No banheiro, por alguns minutos. 

Finalmente respirei fundo e disse à Sabrina, antes de sair pela porta do apartamento: 

--- Um fio tênue me prende a voce, é uma dívida com o mundo externo, velada por você, o Tempo como crescimento essencial desse mistério, nas bordas de um sorriso 
cúmplice.

Imagem de pesadelo de Goya.

---- Acha que devo beber mais uma taça de Daiquiri ? ´--- ela diz

Eu rio. Aproximo minha mao da dela; acho impressionante o fato de que , apesar de tudo , ela não consegue parar de repfresentar um minuto sequer, é já uma natureza dentro dela ---psicopatia de folie raisonnante, querendo significar mania ou delírio racional auto-consciente.

--- Veja você (respondi) Gosto de você, diria até mesmo que te amo, mas sem necessidade de dar uma resposta a isso, prorrogação de enigma que nos sexualiza ---


A pele dela me parece irresistível  de um nstante para o outro, mas era certamente a pele de um réptil, ou a pele de mil lagartos e cobras venenosas costuradas juntas. A idéia de que Sabrina era feita de milhares de personalidade diferentes me horrorizava, naquele momento, por que fazia-me lembrar de mim mesmo, de que eu era aquilo ligado em sua pele pelo astral.


---- Publicou mais algum livro, K? --- continuou ela

---- Um monte de tinta suja, mas de uma claridade extraordinária, sem descrições ou fastio, um universo ingrato onde tudo conspira em ritmo de roteiro de filme --- eu disse

Ela atendeu o telefone , o vazio drogado na sala tornou-se ainda mais evidente, dividido até pela pessoa do outro lado da linha (truta ao aspic) , etc, um vazio de idéias seguida de zumbidos na cabeça. De suspenso vazio em que nada acontecia e tudo zumbia. Drástico esforça da narrativa --- personagens de relance, congelados num ponto em que o limbo dos relances começa a tornar-se visível e suscetível de cortes. Resolvi reproduzir essa conversa aqui por ser essencial ao mistério entre Sabrina e a leitora. Ainda que esta venha considera-la  bizarra, deve reconhecer ants de tudo que estamos aqui à beira de uma orgia da linguagem, já bem dentro do niilimo do significado. Encaminhando-se progressivamente à tal orgia, surge uma verdadeira linguagem de funções indeterminadas, expressão defasada de todas as ondas da matéria escura do espaço.

Algum tem´po ali, me sentindo sozinho entre elas, num silencio de água envenenada, perambulamndo a mente com os retalhos das prórprias conversas internas. 

--- Uma Luz! --- Sabrina disse, de repente --- Diferente das outras, exploratória, experimentada em indagações e ''claridades suspeitas, como no seu I Ching, com intromissões psicológicas e profilaxias retóricas ----, mas pareceu à mim e a Beatriz que aquilo era apenas efeito da cocaína, do banho longo demais na banheira de água quenta da suíte. Nossa atitude tornou-se estranhamente reservada diante de Sabrina, quando ela começou a espalhar vestidos caros e peças de vestuário feminino na frente de Beatriz, o tempo todo com um tosse parada na garganta à espera de nossos comentários. Havia jóias, notas de dinheiros, celulares ligados fazendo sons, passagens aéreas e um livro sobre Heidegger.

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