Palavra,
moça abstrata
Com o
microfone, andando
Na paisagem
como no exílio,
Neste reino
de formas e volumes
Do jornal,
em que a câmera te prende.
Razão alternativa
aos fatos
Atualizada
por minuto no diálogo
Que perpassa
o não-gasto
Da
euforia amotinada, que
Anula e
distancia a existência
Da política,
da economia,
da
cultura e, livre do fungível,
da repercussão
bloqueada em ti
No dia
de teor calcáreo
Desvivido
pela inanidade,
Sem
furos.
O dia
forma-se,
É
verdade, de quase nada:
Sol
que raia no arranha-céu
E lava
da carne todo gesto
Equívoco
que procuram
Na regra
das conversas.
Sois no
mínimo equipagem,
Moça,
de cálculo e fantasia.
Carregados
no embrulho do dia,
No campo
magnético do comício.
No
rebanho de ilhas que mugem
Na sarjeta
dos carros de esgoto
E nos
helicópteros de dinheiro,
Ratos astutos
buscarão em vão
A perfeição
dos teus seios nus.
Eu sim,
já no primeiro clarão do dia
Soltarei
meus nus sugados de noite
Sem rasura
--- e no espelho da amplidão
Comida,
que continua além,
Encontrarás (talvez)
Teu próprio rosto,
Teu próprio rosto,
Mascarado
como na tv, quase intacto.
Matheus Dulci, KM
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