e frio do dinheiro sexual, à mão.
A cidade em que me arrasto
preconiza o sangue-frio
desta sinistra concepção,
BIBLIOTÉCNICA, que dispensa
maiores provas de existência
e repõe o outro mundo
face às conversas certeiras,
ao tempo futuro, aos negócios
(todos) do espírito e da literatura.
''Frequento os jornais, me exponho
cruamente nas livrarias'', e percebo
que os homens não cabem mais na rua
embora o jornal seja grande como o mundo.
Querem agora que eu escreva um livro
das minhas melhores horas de amor
ao telefone? VOX-AÇÃO orgulhosa
do ens seminis de Sein und Zeit,
sem pressa de aceitar a guerra,
o desemprego, a ilha de Manhattan
e o mundo do petróleo. Livro de
carne indiferente, amontoando
tudo isso num estaleiro público ---
os olhos do mundo
como água nos vidros:
não anunciando nada, entretanto,
a calma submersa, ridícula,
descobrindo como ignorar
AS COISAS CERTAS
nas profundezas do poema.
E na escuridão absoluta
de um propósito enorme e parado,
a soma da vida se interrogando
pelas próprias distâncias, farol
dos sentimentos deslocados do mundo.
Matheus Dulci, KM
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