A sombra enrijece-se num canto,
rindo: seu osso gela ao pé dos túmulos
enquanto seu bom humor de adubo
forra de vida uma rosa falsa, que
hipnotiza.
Certamente assim se cria um súcubo:
e o Cavalo de Tróia lhe prega um
susto,
levando água a sedes menores que a
sua.
A água azeda, vagando na luz da tv...
‘’Morre-se mais relaxado a sós, do que
com você,
pensa-se
alçando o próprio espectro à bruxaria
(a descarga elétrica, a jato, banha os
olhos,
porque o Mal poliniza o ar do mundo
toureando o limbo das próprias
vísceras
num despertar sanguíneo para as
imagens).
‘’E quanto humor negro não cabe
aff , no forjar o delírio na certeza,
mestra do querer, da possibilidade
além das possibilidades (e da culpa?)
em cada imagem da vontade.
‘’E quantas versões de quereres
ambíguos,
e ações arguindo passos, na cilada
final da meditação?
A burla impondo à fé um ritual secreto
(fluidos misturados criteriosamente
aos reagentes do processo):
--- Querer a ocasião propícia, o
sucesso,
e de resto, como faço?! --- porque os
bancos
querem-me em pânico ‘’diante de’’
tanta liberdade? ICE KISS MAÇÔNICO!
Tenebroso vegetar sonâmbulo
jogando com seus satélites, aquém da
LUZ.
A Recapitulação percorre o sono
através da respiração, organiza e
reabre
o mundo para o encontro com o Nagual.
Em troca da caneta, revogo
meu próprio abandono,
anoitecendo minha fala
(a fala pouco importa aqui)
nos ouvidos dela: na Luz Astral
chovendo no molhado, o Ob
corre turbulento, nadando comigo.
E devo admitir nas guelras
os beijos gelados do ofício
que engatilha a mente.
No gesto extremo da testa,
o zoom de um aceno sob
mira rúptil, feroz, afronta
o olho, que a poesia desmesura,
ao longe, esquecida de todo perigo.
E da
lixeira saem versos
desavergonhados,
exigindo
metro,
dente e hálito de gargalhada,
goela
que sacoleja a notícia da noite
e
alcança a dimensão de lixo ao luar.
Misteriosamente,
o poeta perambula,
ensinando
insone às mulheres
a
murmurar seu nome, seu escuro eu,
no
escuro.
A Ásia
inteira
espreita
essa noite
EM
MEUS DENTES
(digo-lhes)
advogando
às pressas
pontos
de Carmas
e
Fiscos esfomeados,
e sobrevivendo
à moléstia
de suas
palavras indecidíveis,
seus
cimos e abismos ---
Encerro
fechando-me em saldos de usura
com meus
punhos de propostas
engavetadas,
meus silêncios
de
confiança sem respostas
e
tantíssimas honras agravantes
tornando
tensa e muscular
a
conversa.
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