terça-feira, 17 de setembro de 2019

''M´introduire dans ton histoire''





Já me queixei disso em algum jornal ? VEJA QUE ME IMPACIENTO DE NOVO !  O mundo logo se transformará num gigantesco Japão deflacionário entupido de Transnacionais sentadas sobre privadas de centenas de trilhões de dólares sem uso, como cocô boiando em água parada. Mas se eu disser que qualquer banco de desconto é corrupção categórica a taxar o público para o lucro privado dos donos do mundo, o povo americano declarará que morri doido.  Tentarei então não fazê-lo. Ao menos hoje. Então por que me alegrar, neste momento (?) Sim, estou contente, um pouco, é inevitável, mas não a ponto de bater palmas.  Não responderei mais perguntas.  Daqui até novembro vou tão somente me contar minhas próprias histórias, o resto que se dane. E não serão mais do mesmo tipo; nem bonitas nem feias, mas calmas. Histórias quase sem vida. Não faz mal. Mas me prometo muita satisfação. Deixe-me dizer em primeiro lugar que não perdôo ninguém. Desejo a todos meus adversários uma vida atroz e uma execrável existência de silêncio (.) -----, eu disse. Nessas ocasiões, eu olhava para Gisele e me perguntava, do fundo do coração, se não seria melhor poupar aquela criança desses assuntos. Muita amante protegida (eu pensava então) se arrisca pelo seu amante, como podemos ler nos registros de missões divinas e contos de glória militante. E eu sou totis viribus... Sou pelo combate contra quem, primeiro, nos force a uma guerra. Uma obra política de luxo recatado, cujas jóias são caracteres ''avec des royaunnes épars ''. Um universo onde cada elemento se sacrifica pela grandeza do conjunto; a singularidade, ou seja,  a Rebelião de um fragmento, de um detalhe revelador. Em breve todos dirão que compreendem minha Psique, mas sempre haverá indivíduos viciados em controle, no esquema ''coca-cola com aspirina'', tecendo comentários sobre a malignidade das minhas emissões.

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Além do mais, dizer que eu ''M´introduire dans ton histoire'' era algo bem diferente de uma simples metáfora sexual. Com aquilo, eu tornava para sempre meus o informe e o inarticulado presentes em Gisele, devido à uma jogada de ironia reticente e cerimoniosa.  Jamais (eu pensava) tínhamos protagonizado uma peça tão chinesa. No nosso aposento, naquele instante, abundavam jornais e obras clássicas de taoismo acumuladas pelos cantos. Belo bloco duplo de meridianos à luz da lua: de l´inclination d´y placer, tornando árida a possibilidade de acompanhar o resto da conversa através de intérpretes. Uma intensidade de emoção acompanhada de mudez era sempre atraente para um demônio: gozar com Gisele era mais garantido que merda de manhã e impostos. E todo exagero de sentimentos honestos está para Satã como o solo negro está para o agricultor que sonha com plantações futuras.   ----- Até quando você seguirá me envolvendo nessas coisas (?) (protestou Gisele) Coisas das quais não estou gostando (.) -----,  ... ouvindo-a, pensei que não demoraria para que eu me visse novamente sozinho, sem a luz daquela bela cabeleira, articulando hipóteses incuriosas de rebaixamentos na região do euro, fazendo paralelos obscuros entre a crise da Europa periférica e os mercados emergentes, em meio à longas caminhadas coom os braços estendidos, rumo à algum esconderijo onde eu permaneceria ininterruptamente disciplinado e atento à minha própria respiração. Não, eu nao podia recomeçar o Jogo com um exagero. Portanto, jogaria totalmente só, impossibilitado de pensar um projeto mais corajoso. ------ Esses são tempos muito estranhos, Gisele (eu disse) O crédito fraco não está inibindo os investidores de se amontoarem em busca de oportunidades, porque os lugares com rendimentos positivos estão desaparecendo do mapa como água no ralo. Isso tem feito a taxa de captação dos países emergentes cair, o que transforma a economia mundial numa derrisão, o que a MINORA. Cegueira de todos os tipos possíveis e imagináveis. Acho que não esqueci nada, dessa vez. Alavancagem crescendo e crédito caindo. Uma atitude econômica ingênua, do blefe que exige a perfeita puerilidade antes de perder tudo; algo do fauno que se gaba em profanar, prolongando o pensamento livre daqueles que se divertem com a economia, como eu. Pagar aos outros e a mim mesmo com Palavras, suspender, pela ênfase acéfala no próprio corpo, o peso de uma realidade mundial aterradora e prosaica. Vai ser bom. Não sei. Ser claro sem me tornar maníaco será meu compromisso com a leitora.  Obviamente, que corro o risco de extinção súbita, de um momento para o outro. Mas Baudelaire também escolheu estar sempre em falta como uma criança.  Esse era o único meio de sustentar sua posição insustentável até o final. Mais adiante, falarei do sentido geral ---- econômico e histórico ----- dessa maldição que pesava sobre ele, e que agora pesa sobre mim. Da escolha que está na essência do fato poético. Ela se dá por um tipo indescritível de excesso, sabe (?) E um cálculo curioso está presente nela. Audácia inteiramente pagã, menos perversa do que ingênua, e tão mais natural quanto ela se confunde com os primeiros raios de um sol tímido roçando a relva. Tudo concorre para me encorajar, embora ainda seja cedo demais. Toda minha vida passei me segurando  para não fazer esse balanço, dizendo a mim mesmo Cedo demais, Cedo demais. E aqui estou eu de novo discutindo essas ninharias sem sentido. Mas não perderei o sangue-frio. Fixado enfim, traçarei a linha e farei a soma de novo. Devo ter esquecido alguma coisa. Por Deus, devo ter esquecido tudo..

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 Matheus Dulci, KM

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