De vez em quando,
desavisados erram
o prognóstico noturno, e
o Lado Esquerdo
ri, em detrimento de todo
lume.
Na mesa, olho meus livros
com gulodice
quimérica. Mon souvenir
--- Rien ---
Cést ma trace. Mon
présent,
Cest tout ce qui passe.
Alternativa futura, ‘’amenace’’,
semente gorada do jogo:
blefe,
impasse dinamarquês,
xeque-mate,
gamão e street flash ---
o pensamento, cauteloso,
esfriando
a confiança no próprio
medo?
Agora esporra pra dentro
das veias
teias de imagens
sonâmbulas, sereias
que soltam a carne no
limbo, meia-
-noite-e-meia.
O coração da glande late,
fio da carne sombria
que corre o vasto
do íntimo, num segundo.
Magistral aspecto de Satã!
Nem a loira do jornal da
manhã,
nem o terço sexual rezado
às pressas
depois, alteravam as
estratégias terminais
daquelas forças mudas do mundo.
Era melhor olhar calado,
com o olhar do poema
fazendo minha sombra
crescer
incendiada, a partir da
coluna.
Sobrecarga nervosa,
Kundalini
da imagem do mundo?
Melhor
nervos de pirata, agente
nu
em pedaços sujos, depois
---- mon as ira bien la
tout ‘’seul’’ ---
nem mesmo um cão, um
urubu...
Estarão mortos meu nome
(dizia)
ERRO E RAZÃO...
e meu coração não terá
fiador honesto,
só duplicatas levadas à
protesto.
nem beijo de puta cara em
Santa Tereza,
nem beijo de moça da tv
americana ---
persistirei a beira do
caos, com certeza,
orgulhoso e sem metas
(todo sujo de lama).
Outrora rajada
espermática
de luz no sangue, dignidade
sonâmbula de todo
vampiro,
meu silêncio estúpido
era agora também cupido?,
ou ousadia sádica inconfessa,
simulando amor sempre,
mas nascido de uma
ameaça?
Matheus Dulci
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