quinta-feira, 19 de setembro de 2019

VESTIDO DE MARINHEIRO HEGEMÔNICO



 Meu poema não reconciliará
a humanidade, antes aumentará
seus enigmas pragmáticos
transitando entre as ideologias
totalmente intacto de niaisarie
enquanto desenvolvo meu relato.

Por isso conversarei contigo
vestido de marinheiro, hegemônico
e transfigurado após minha aparição
na tv, em busca dos pontos privilegiados
do Observatório. No entanto, meu moquifo
falante supera todos os transmissores.
Em tática, a imanência poética
encontrada aí busca sempre
a visão intelectual fria, crível,
contra as alucinações do noticiário
e os infernais surtos do mundo
que vão da necessidade hipocondríaca
ou testicular de ‘’mais poder’’
à um sujo sacerdócio de juízos
disputando o que ainda existe
de sobrenatural na diplomacia.

Elegíaca? Do nada ou da distância.
Sinal convencionado da mentira,
a controvérsia é indutiva e
cheia dos lemas inflexíveis das pessoas
--- SIT UT EST AUT NON SIT ---
e guarda traços de estado de natureza
e alianças e astúcias limitadas
num modesto imoralismo
tacitamente aceito por todos
--- o que eles mesmo acreditam
e os idiotas entre os quais
sua doutrina virou hera.

Também nós não nos livraremos
dela muito facilmente!

Sendo fruto de escolhas místicas,
o poeta põe toda a Natureza no instinto,
prometendo uma confiança mais construtiva
assim que sarar ‘’daquela gripe’’.

Eu parava no ar de tua queda
com toda aquela surpresa, ar irrefreável,
de uma gradação de egoísmos
maquiada até o infinito pela
lisonja e a lástima, este reino falido
da diplomacia que leva
--- entre fezes e espuma ---
aos instintos seviciosos
do inferno onde tudo isso existe
como ‘’con-trato’’.

Daí, nasce a
última ‘’ratio’’ da Sombra:
precaução, ainda que cada
palavra sua apresente
dificuldades de tradução
e rumores sujos de mar
entre tragos de cachimbo,
e ainda que minha suspeita
haja descoberto solidões
amplíssimas, cada vez mais
fronteiriças da fraternidade
cósmica no afastamento.

Naquele céu medieval
de onde escapavam
meus livros , céus embruscados
reagiam às brusquidões
perigosas da conjuntura
(tão pouco reativamente
quanto os restos moderados
de maquiavelismo
na boca de Bocáccio
sobre César Bórgia:
‘’É tutto festo’’, ao
Duque de Parma).

Atacam, mas tudo o que é
atacado por eles, torna-se
‘’DISTINTO’’’. A consciência
maltratada dos povos
acaba ligando diretamente
a ‘’sabedoria do mundo’’
à idéia generalizada da
‘’mentira a todo custo’’
ventilada no topete político.


Matheus Dulci, KM

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