Embrumado
num escuro proposital
de bagatelas
e mesquinharias rugosas,
todo
núcleo factual dos acontecimentos
tornara-se
fluido, com seu ‘’cortejo
de
elementos claros’’ espreitando
a
noite do próximo encontro, já combinado.
Toda a
prontidão do ser disfarçada
nos testemunhos
não-oficiais da viagem,
ferindo
a insepulta aventura da Constituição
entre
motivos exatos e embaraços
de
última hora, rastro de rastro
escasso,
fixando a meta do dia.
Aqui
um sulco antigo, de luz
que opõe
à ambiguidade
da
situação, toda a inteligência
do
sombrio, atraindo para si
toda
sua linguagem pensada,
auto-consciente,
alguma coisa
metamórfica
advertindo:
inúmeras
mínimas circunstâncias
de
mofa, no sentido oculto das palavras.
Um
ritmo longo demais
(reclamavam)
talvez
tivesse inchado o poeta
e se
instalado na poesia da
Grande
Coisa, como uma cobra.
E
descobrir-se assim, para o poeta
--- espalhado
pelo sonho, empresário
de discursos
imaginários, capitais e
‘’com
este ar de jogral
mantendo
querelas’’ ---
repercutia
muitos as armadilhas
no
caminho imaginado
e a
conta alta do que viria em seguida.
De
cara, ele já recriminava toda a
estrutura.
Signos, indícios dentilhados
de suas
próprias armadilhas, prolongando
a
situação até a fatalidade mau dormida
na
noite que seria como numa festa.
Mensageiros
da decepção
precificavam
todos seus substitutos
a postos,
recontando o ocidente
de
seus instantes com narrativas
e
horas que ocultavam
séculos
e séculos sem história.
*
Isolado na paisagem desperdiçada,
meu resto de sonho amanhecia
como um bicho dopado
e começava a distribuir-se
mentalmente
por todo o corpo dolorido
da obra, ainda na cama.
Matheus Dulci, KM
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