quarta-feira, 11 de setembro de 2019

La Follet Damné Languit



Quisera Deus que o tictac do relógio na cabeça
se convertesse logo em '' tatique'', probabilidades
na contra-ofensiva de uma coisa imensa.
La follet damné languit, pânico nos dentes?
Tu rís! La lévre écume. Agora está claro:
ton poumon cicatrisé hume
das miasmes de glorie.

Ó Vencedor,
estavas chegando da Mata, a mente
sorvendo as raízes do sono, e a mão
sentindo a fria ondulação da ‘’bourse’’ ---
dernière maîtresse --- que te mirava detidamente,.

QUE HACER? Estender a mão hesitante
e depois cerrar o punho? Não está claro
em que devo aplicar meu rigor. Antes
ouço tinidos de freios mastigados, errante
unidade de pensamentos a convocar-se
e diluir-se instantaneamente, no desenlace
mudo de cada verde começo de hicopondria.

Est la ligne, la forme: on en suit quatre,
en long. A chaque pieu, la rime du chloroforme,
soltam as rédeas --- Attention! no diário do dólar,
no estudo de economia, na sela de
todos os sobressaltos do capital circulante.

Boi em moto-contínuo, fazendo de conta...

Levanta-se sob o coro dos bem-te-vis
e toma-se um banho frio, empedernido
por um sabonete desacreditado de tudo,
e começa-se a trabalhar.

O cheiro de insulto fede, antes do blefe.
‘’Mancha de tinta ou gordura, em todo caso
mancha de vida na dureza das palavras.
E morre-se antes mesmo do trunfo,
dos pulsos que puxo para dentro,
como algo que resta de uma última provocação.

Subestimada idéia de provocação!
Assim se testa o fogo rancoroso da TV.
A idéia inicial, tatuada nos homens de bem da Bolsa,
limaria o Demônio do relatório só por causa
de uma moça americana bonita e
politicamente correta?, dizendo:
--- Toquen aqui! --- ?

Todos contra meu palpite.

Mas a fogo lento surgia a luz
do poema, como névoa longínqua
espargida, a viver no fumo,
palpitante de imagens
que sabem sorrir de volta.

O resultado era o seguinte:
‘”Melhor nao perguntassem nada.
Testemunharam como me palpitam
dentes literários, impregnados
do Logos impregnado
de ocultas noites mananciais.

Líder de audiência, sempre dizia:
''Ma Patrie... elle est par le monde'',
mas infinitamente ampliada na aparência
pelo Logos.

O inimigo vigiava de perto, mas sem
nenhuma imaginação --- seus corruptólogos
penando com o encriptado da hora mundial.
.
Certamente, tive que desenvolver meu riso
até o limite, libido a madrugar livros, minucioso
contra-canto para sereias. Em alta velocidade,
se desprendendo delas por um buraco na testa
quando a noite acabava, e, sem piedade

-pensando-- uma culpa sempre mente
nos punhos cerrados, hibernando
poder ainda mais concentrado.

Puteava totalmente minha vida,
e gostava de pensar minhas contradições
em termos de egologia esotérica científica,
o que acalmava meus suores noturnos.
Mas também meus privilégios desesperados,
minha máquina de coações culturais
meus alto falantes alérgicos à mídia
nas mais glamourosas esquinas de carne e osso,
fazendo estrago.

Depois olhava, rindo, o mundo transcorrer num
latido insolente de exigências. E ria fundo no olho
aquele eu todo feito de silêncios, do poema.



Matheus Dulci, KM

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