I
Vulnerabilidades
‘’in’
e represália
maciça à
alquimia
dos acontecimentos
em suas conciliações falidas
com a
seiva inventiva dos fatos?
Escalada
no teatro, palco
das operações
recalcitrantes
nas instáveis
horas das nuvens,
contraditória
luz nas ondas
que
antecedem a atividade no mar.
Vulnerabilidades
discutidas
honram
caças de represália
na
hora das caravelas!
Unidades
óculos-rádio
pródigos
ente chamas
e
sinais cruzados
de
interceptações,
passam
atirando.
Envelopes
aéreos
criptografados
à jato
entre
tiros e imobilizações
de
alvo no radar, rasante.
Num
momento de alarma:
a percepção
do inimigo
e sua
imagem de comboios-extra
gangrenando
as mesas de operações.
Interpostos
e balneários ocupados
e à
postos toda a poesia dos
porta-aviões
cemitéricos
num
canto do mar noturno do golfo.
Todos
bem comportando-se à
‘’este
bordo’’, em função do cálculo
econômico
–estratégico
e
político -eleitoral
de
cada bombardeio
com
vítimas civis
brilhando
nos drinks da mídia.
A
imagem racional intervém,
meticulosa
e repousante
nos
crápulas que acenam entre si,
ajustando
seus rostos tensos às
escutas-secretas
das redes de tv.
Porta-aviões
enfunados pelo vento,
inatacáveis
entre os seios da
apresentadora
do jornal,
na
representação noturna
mítica
dos americanos
deles mesmos,
que um
momento
de pudor
e constrita
autocrítica
impede
ir longe demais.
II
Exposta
ao sol, a fala do poeta
vôa sem
resposta, até o fruto
suculento
na tensão do Ser
(da
Linguagem que o concentra
e
recolhe do Tempo). Anamnése.
‘’Não
a lembrança do que passou,
mas a
advertência do que passamos,
e nos
deram apenas um minuto
para
beber a eternidade’’
(Lêdo Ivo)
Provado
num degrau do mar,
depois,
no chao duro testado
em
decúbito dorsal espartano
até a
alcançar a visão
da
grandeza de cada frase
e o
porque de uma ordem narrativa inédita
determinando
a aventura do pensamento
agora,
máquina desejante fugaz
e
demonstrável ‘’em fuga’’ – passando
metabolicamente
entre as descrições.
--- passa sete serras, passa cana brava,
no clarão das águas
no brejo das almas
tudo terminava --
Nada
viria a ter sentido – sentia-se ---
no
terraço da vida afora
em que
nos lançáramos
buscando
uma depuração final
de instintos
fesceninos
e
façanhas de percepção
ainda
nao realizadas.
Enriquecia-se
o cotidiano,
‘’essas
coisas que iluminam de repente
o celeiro
do cotidiano’’
com
outro tempo,
o
tempo filtrado e
intransferível
que
outorga a surpresa
à
observação poética da Natureza.
III
O
veneno apropriador
daquele
jeito de falar
vinha
dos cacoetes de fingimento
e das
ligações perigosas, a nado,
com
hipnoses tipo Rimbaud e
praias
com sorrisos e filmes,
nessas
vertigens aceitando
concentrados
jogos de palavras
entre
vaias e fanfarras intraduzíveis,
até
descobrirmos um jeito de sermos
eternamente
felizes durante os dias úteis
que
dependiam somente da amplidão do céu.
Nas
povoações do vir-a-ser
nossos
cigarros queimavam a precisão do olhar
e
fantasmas distribuíam
erudição
custeada, de surpresa,
num
canto de nosso avião .
O
cacoete de fingimento
estalando
num despertar calculado,
silencioso
e confidencial ---
para
as formas de tuas formas,
o nada
místico intangível que
buscando
inclusa arrebatada objeto
de
sonho encontrei, nordésteo,
amadurado
num sonho longínquo
que
formula o litoral onde sopro.
Matheus Dulci, Km
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