domingo, 15 de setembro de 2019

KULTURKRITIK





Entre pele cicatrizada e pouso de emergência
eu apontava para o centro do medo, sinal
da densidade pestilenta de nossas fobias,
excedendo critérios ingênuos de câmbio
em favor de maiores alcances explícitos,
livre de toda percepção cifrada.O Aberto.

Mas se o concreto evola-se em conceitos
e ampliam os objetos considerados
desmesuradamente (nada é invisível!),
a negociata enfraquece seus sinais,
a coluna em torre de decifrações
contínuas, induz o coro vertiginoso
à render-se à Maquiavel e Hobbes,
suas sombrias idéias de homem e história.

E vejo até Max Weber aqui, de novo!
No fluxo e refluxo de seu ‘’pessismo ativo’’
ainda respira o mundo, célebre pessimismo
da inteligência, otimismo da verdade,
vitalismo da vontade e KulturKritik
radicalizada, xamânica, diaboloziando,
entre um Maquiavel desenganado
e um Marx profeta, toda a civilização industrial.

O rosto intelectual do mundo incha-se
com a chegada dos mestres da severidade:
surgem Heidegger e Splenger, Adorno,
Marcuse e Levi-Strauss, diante dos quais
nenhuma garganta permanece ilesa.

Provas de consistência autopsial
respondem com tremores
a seus diagnósticos políticos
e estranhos apertos de mão culturais.
Heidegger (evidentemente) recusa todos.

Toda a positividade do progresso
ilhada  por conflitos realistas,
da raça de Maquiavel, e minha
continuação política no palco
por outros meios, sustentando-se
apenas como uma demão
nas virtualidades pacíficas da economia,
orientado pelo Stablishment
a buscar apenas o sentido dos acontecimentos
e não uma história com sentido.
Retórica regulação das idéias
racionais e, ao mesmo tempo,
prática utópica covarde
congelando noções de progresso
de encontro à pele fria da realidade.


Matheus Dulci , KM

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