quinta-feira, 12 de setembro de 2019

RESTOS DE HARAKIRI TÂNTRICO


 Tudo aqui vem de longe, inclusive
nossos restos sátiros, táticos e
francos pretextos para simulacros,
para que entre essas coisas todas
não hajam abismos de comunicação
fulgurando em nossos televisores.

O poeta simbolista, e seu jornal de
‘’restos de Mário’’, retira-se mergulhado
em silêncio de resposta bem dada.

No fim de seis meses, volta,
projetando do sobrado
a sobra de suas certezas místicas
(costelas adâmicas reivindicam-nas
contorcendo-se com selvageria
no meio do mundo).

Enquanto a Realidade
fede com lentidão de coqueiro,
a Loja, fechada, protesta lá dentro.
Partículas DAQUILO no perguntar-se geral.
Lá fora, porém, todos sabem menos
cada qual do que saberia um coco
sobre o novo harakiri tântrico do poeta.

Sabem somente que revoluções ininteligíveis
aconteceram sem que ninguém percebesse
modelando milagres num farrancho
e afirmando o poeta tanto quanto Cristo
no frontispício do Teatro dos Preços. CRUX!


Hospício pendurado por pregos na fama
--- totalmente acuado? -- em meio às
loucas comparações do poeta e,
em homenagem a Holderlin ---- O canto!

O aceno essencialista do canto
que desemboca em Pound
como quem desemboca no Logos.
Depois, o Heidegger-xamã, o
Derridá iniciático, IMPLODEM-NO!

Pois ali apelava-se aos
angulos obscuros mistéricos,
ao passo de semente à energia
do verbo por conta própria
enclareirando-se .

Mar-matéria em ebulição,
formas do mundo, plasma
coleando nervos à mostra
nos seus balanços, seu jogos
de holofotes cruzados – como se
secretassem, à distância,
num fiapo de paisagem lúcida,
seus escritórios de roleta-russa.



Nenhum comentário:

Postar um comentário