quinta-feira, 12 de setembro de 2019

THAUMADZEIN - ZONA DE INDISCERNIBILIDADE CINZENTA


THAUMADZEIN

O desejo de mandar, de
dominar e não ser dominado,
sem risco de raio ou curto-circuito
extraído da vida doméstica
e transposto para a esfera política.
O CORPO está todo ali, em
riste, feito uma garra fechada;
a família atrás, encolhida,
apenas toca a corda de um arco
que não dispara: ação hesitante,
dir-se-ia um vibrato de ação,
numa velocidade autolimitante
que não se alimenta de nada visível.
O CORPO, então, sitiado
por si próprio, crava os olhos
na própria casca, a linguagem
dispara dos nervos transvalorados
em alta velocidade devorando
cada palavra certeira
que sai da própria boca, em fuga.
A audiência recebe o impacto na cara
enquanto do animal nietzscheano, ''capaz de prometer'',
no palanque resta apenas
um interesse suspenso
e um metal torcido pela voz
forçando os maxilares
num esboço de decisão.



ZONA DE INDISCERNIBILIDADE CINZENTA

Pelas fêmeas dispersas na multidão ululante,
CLICK, boas lembranças para editar
e assistir à seco na LUZ ASTRAL,
mudando suas pernas de lugar
de acordo com a velocidade do feed-back.

Com certezas de inocência que,
no entanto, me derrotavam à queima-roupa,
esmagando minhas manias políticas
naquela zona de indiscernibilidade cinzenta
de que o Governo me suprimira, em seu Orçamento.
''É necessário, porém, pesquisá-la a fundo''
continuei ''até na gruta de nossos defeitos’’.

Tentando sobreviver politicamente
às minhas inumerabilidades místicas
(irrenunciáveis, indeclináveis)
com abordagens exageradamente defensivas
contra os riscos capitais da Justiça.
E porque NELA estão bem feitos
todos os esboços do mundo,
sentem-se sacudidos por ventos e ameaças
quando tentam arrastar consigo
(com pressa, para fora dela)
seus escombros chamuscados.

Trâmite de aprumo. Eis um otimista
renovando sua Kabala: ajustando,
remendando, lixando e melhorando
a cautela obrigatória de cada um
com glândulas que secretam consternação
e sedimentos de valores morais perdidos.

Suplício republicano básico? alegórico?,
mini-série espúria de telejornal
como forma superior de Democracia?
Thaumadzein: acomodar Alkaseltzer
nas amígdalas e assistir à TV, com um
supremo rasgo de autocrítica suicida
nos fuzilando por dentro o tempo todo?

Não nos neguemos, nessa hora grave,
a sermos esse tipo de monstro ---
pois já não somos a Suíça da América
buscando alívio na fobia do deslumbramento,
nem animais políticos de carne mole
rastejando sob os holofotes,
em busca de uma morte famosa,
balofa e analfabeta
nas urnas...


Matheus Dulci , KM

Nenhum comentário:

Postar um comentário